Sacrificar cachorro: Será que isso é realmente necessário? Vamos entender melhor sobre esse polêmico e controverso tema, que ainda ronda algumas pessoas e casos.
Com certeza, um dos maiores amores do mundo é o que sentimos pelos cães, afinal eles são muito mais que melhores amigo, eles são parte da nossa família.
O fato é que os cães vivem menos que a gente e, em alguns casos, precisamos tomar decisões difíceis. Uma delas é quando devemos sacrificar cachorro.
Nenhum tutor quer ter que passar pela situação. Mas o que fazer quando o tratamento, o medicamento ou a cirurgia não são mais solução para prolongar e melhorar a qualidade de vida do cão?
Muitos pais e mães se perguntam quando chega o momento de realizar a eutanásia no cachorro.
É sempre difícil dizer, pois até mesmo entre os veterinários há uma discussão complexa a respeito deste procedimento.
Para que você possa entender melhor do assunto, é importante explicar o significado do termo eutanásia.
Segundo o dicionário, é o “ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável que produz dores intoleráveis.”
Trata-se de um termo derivado de duas palavras gregas, “eu” (boa) e “thanatos” (morte).
Assim, em alguns casos, a eutanásia é sim recomendada.
Como sacrificar cachorro no Brasil?
Além disso, o CFMV coloca uma série de princípios para nortear os métodos de eutanásia em cachorros. É obrigatória, por exemplo, a participação do médico veterinário na supervisão e/ou execução da eutanásia no animal. Segundo o Artigo 4º (também da Resolução nº1000) é preciso haver, entre outras exigências:
- Elevado grau de respeito aos animais
- Ausência ou redução máxima de desconforto e dor nos animais
- Busca da inconsciência imediata seguida de morte
- Ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade
- Segurança e irreversibilidade
É dever do veterinário, sobretudo, esclarecer ao tutor do animal sobre o ato da eutanásia.
Ou seja: explicando que trata-se de um procedimento irreversível e indolor (quando realizado de maneira correta).
Além disso, o profissional deve exigir autorização, por escrito, do proprietário legal para a realização do procedimento.
Sacrificar cachorro: Entenda se realmente é necessário
Conforme avança a medicina veterinária, cada vez mais recursos se tornam disponíveis. Isso tanto para o tratamento e como em relação às curas de doenças antes letais para os cães.
Em situações em que não há mais chance de cura para uma doença, recomenda-se que sejam adotados os cuidados paliativos, isto é: uma série de atitudes e ações que buscam oferecer conforto e qualidade de vida.
O primeiro cuidado é retirar ou amenizar a dor. Isso porque, muitas vezes, os momentos finais de algumas doenças podem vir acompanhados de muito desconforto.
Assim, é uma forma de amor por parte do tutor oferecer o que for possível para que o cão não sofra com isso. E a eutanásia é uma decisão a ser considerada em alguns casos.
Cada profissional tem a sua maneira de agir, mas muitos veterinários só recomendam a eutanásia quando não há possibilidade de tratamento ou de alívio da dor.
Inclusive, os profissionais podem sim se recusar a realizar a eutanásia em um cachorro.
Nestes casos, o papel do veterinário é informar o tutor sobre as possibilidades de tratamento para aquela doença, que poderá trazer conforto ou até mesmo curar o cão.
Uma das situações em que os tutores mais optam por sacrificar o cachorro é quando recebem o diagnóstico de câncer.
Em muitos casos, já existe uma opinião formada sobre as possibilidades de cura desta doença e não é raro ouvir que nem sempre os tratamentos são efetivos.
O veterinário, nesta situação, tem o papel de esclarecer qual o tratamento sugere, quanto poderá custar, as consequências que terá para o cachorro e o prognóstico, a fim de não criar expectativas que não possam ser realizadas.
Sacrificar cachorro doente: como é realizado o procedimento?
Primeiramente, saiba que a eutanásia só pode ser feita por um veterinário e por meio de técnicas cientificamente comprovadas e humanitárias.
Assim, existem regras definidas pelo CFMV para realizar o procedimento.
O primeiro passo é insensibilização do cachorro, por meio da anestesia geral. Dessa forma, o cachorro não terá chances de sentir dor durante a eutanásia.
Para o procedimento da eutanásia em si, usam-se fármacos que param o funcionamento do coração ou do sistema nervoso central.
Depois de realizado o procedimento, o corpo do animal poderá ser encaminhado para a prefeitura local ou para uma empresa de cremação de animais, ou ainda para um cemitério para animais.
Para muitos tutores, a cremação pode ser uma maneira mais respeitosa de se despedir do cão. No mercado já existem diversas empresas que prestam este serviço.
É comum a procura por onde sacrificar o cachorro de graça ou quanto custa realizar a eutanásia em cachorro.
Entretanto, é preciso entender que todo o procedimento veterinário tem um custo: da aplicação da anestesia, do medicamento para eutanásia e até a correta destinação do corpo.
Logo, reflita se quem realiza este procedimento de graça está utilizando a forma mais humanizada para aliviar a dor do seu pequeno companheiro.
Às vezes o barato sai caro, certo? Nem mesmo os serviços oferecidos pelas prefeituras são, em sua maioria, gratuitos. Por isso sempre desconfie se alguém oferecer de graça ou por um preço muito barato!
Dessa forma, se você tomar a decisão de sacrificar um cachorro doente, escolha um centro veterinário adequado para garantir que o processo não seja doloroso, evitando o sofrimento ainda maior do animal.
E procure saber e acompanhar como é feito todo o processo.
Leia mais: Espiritualidade animal: O que acontece com os cães após a morte?
Quando sacrificar cachorro não é recomendado
A eutanásia não é recomendada em casos em que não há o sofrimento do animal, em que há chances de cura por meio de cuidados paliativos para que o animal conviva bem com a doença ou apenas para a conveniência do tutor, ou porque ele está “simplesmente velho demais”.
Sacrificar o cachorro deve ser sempre a última opção e nunca a primeira! Animais não podem ser tratados como objetos, mas sim como seres vivos que merecem respeito, empatia e cuidado da nossa parte.
Se você tem dúvidas sobre qual decisão tomar sobre o destino do seu cachorro, procure um médico veterinário de confiança!
Após sacrificar cachorro doente, como viver sem ele?
Preencher o vazio que um cachorro deixa em nossas vidas não é fácil. O luto é parte de nossas vidas e, com a ida do cão, não será diferente.
Para saber como lidar melhor com esta situação, conte com o apoio do médico veterinário e também de seus amigos e familiares. Conversar sobre o assunto irá ajudar muito!
Somente vivenciando a morte é que somos capazes de lidar com a perda e dar continuidade a vida.
E jamais diga: “eu nunca mais vou ter um cachorro”. Sabemos que isso dificilmente será verdade, afinal basta ver um filhotinho cheio de vida para que os nossos corações se derretam e uma nova história comece. Pense nisso!
Por fim, antes de pensar sequer na eutanásia para o seu cachorro, reflita e pergunte a si mesmo se com um tratamento veterinário, a atenção de um educador canino ou outras soluções são possíveis.
O que diz a lei sobre sacrificar cachorro
A Resolução nº 1000, de 11 de maio de 2012, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais:
“Art. 3º A eutanásia pode ser indicada nas situações em que:
I – o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos;
II – o animal constituir ameaça à saúde pública […]”.
Portanto, destacamos duas como as principais situações nas quais se indica eutanásia em cachorros.
Uma delas é a necessidade de eliminar a dor de um cão quando não há mais recursos disponíveis para isso.
Também é indicada a eutanásia quando o animal representar um risco para a saúde pública.
Porém, recentemente, uma nova lei foi aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro, que fala sobre o assunto. Veja mais!
Sacrificar cachorros e gatos: Lei que proíbe foi sancionada
O presidente Jair Bolsonaro sancionou em 2021 uma lei que proíbe a eutanásia de cães e gatos de rua por órgãos de zoonose, canis públicos e estabelecimentos similares, exceto em casos de doenças graves ou enfermidades infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde humana e de outros animais.
A Lei 14.228 está publicada no Diário Oficial da União e já está valendo.
De autoria do deputado Ricardo Izar (PP-SP), o PLC 17/2017 determina que, para a eutanásia, será necessário laudo técnico de órgãos competentes para comprovar a legalidade do procedimento,
As entidades de proteção animal deverão ter acesso irrestrito à documentação que comprove a legalidade do procedimento.
A intenção da proposta é incentivar a adoção desses animais por meio de convênios do setor público com entidades de proteção animal e outras organizações não governamentais.
De acordo com a lei, o descumprimento da medida sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei de Crimes Ambientais.
Ficamos um pouco mais aliviados com essa notícia, não é mesmo?
Pense sobre isso e se possível, adote um cãozinho! Há milhares de canis pelo Brasil, com muitos animais a espera de um lar.
Muitos passam a vida toda esperando, até ficarem idosos e muitos morrem sem nunca ter encontrado uma família, vivendo uma vida triste e solitária. Que tal mudar uma vida?
O cachorro é a única coisa que ama mais você do que ama a si mesmo.