As situações podem variar muito e sempre existe aquela ansiedade para pegar logo seu filhotinho, mas existem regras para o desenvolvimento do cérebro e do comportamento do filhote, coisas que ele vai levar para a vida toda que são importantes ser seguidas.
Como funciona o desenvolvimento do filhote?
O cão se desenvolve do nascimento até os 4 meses de vida. Até a terceira semana de vida o cérebro do cão está desenvolvendo redes neurais, por volta dos 21 dias o cãozinho passa a ter o cérebro adulto. É quando ele passa a fazer xixi sem necessidade do estímulo da mãe, já pode piscar, ouvir e passa a explorar o mundo ao seu redor.
Da terceira até a sétima semana o cãozinho passa a aprender a se socializar, ele aprende a conviver com outros cães, os irmãozinhos e a mãe e passa a entender o que significa hierarquia. Entre 7 e 12 semanas o cão se torna neurologicamente completo, até os 4 meses de vida, tudo o que ele aprender ficará gravado na mente dele.
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Porque conviver com a mãe e a ninhada é tão importante?
Além do leite materno ser extremamente importante para o desenvolvimento do filhote, o pequeno precisa do convívio com a mãe e os irmãos para entender coisas simples, coisas como: Se ele morder muito forte, vai machucar. E eles aprendem essas coisas quando mordem e são repreendidos por terem machucado o outro.
Os filhotes também aprendem por serem repreendidos pela mãe que os afasta quando estão em brincadeiras pesadas, que morde para repreender atitudes erradas, como se desse uma bronca, e que mostra o que é hierarquia.
E quando a separação deve acontecer?
Geralmente os cães são separados da ninhada aos 45 dias de vida, ou seja, 1 mês e meio, conviver com a ninhada pelo menos os dois primeiros meses de vida seria o ideal para que ele tenha tempo para aprender tudo sobre o convívio com outros cães, sobre morder sem machucar, sobre hierarquia e também para ser um cão confiante.
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Meu cão terá desvios de comportamento se for separado antes?
Um cachorrinho nunca deve ser retirado da ninhada com menos de 45 dias, pois ele ainda precisa do leite da mãe para se desenvolver. O ideal mesmo é ser retirado apenas com 2 meses, mas nunca antes de 45 dias.
Há quem acredite que o cãozinho só deva ser separado após 3 meses de vida, mas existe um porém, a mãe pode acabar ficando tão machucada pelas mordidinhas dos filhotes com dentes finos nessa idade que vai se proteger agredindo os filhotes e vai rejeitá-los. É importante observar se a cadela está bem, pois a saúde dela também é importante.
O cachorro separado aos 45 dias não é um caso perdido em termos de comportamento como muitos acreditam. Ele vai aprender que o tutor e outros moradores da casa são sua família, e vai poder aprender aspectos de hierarquia e convívio saudável se o tutor usar técnicas de adestramento desde cedo que substituem os sinais que eram dados pela mãe e pelos irmãos.
Por exemplo, quando o filhote morder de forma que machuca dê um grito fino de dor mesmo e se afaste, pare a brincadeira por alguns minutos, isso pode parecer ridículo para alguns, mas é o sinal que os irmãos dão durante as brincadeiras de que aquela mordida doeu e não quer brincar assim.
Parar a brincadeira e ignorá-lo sempre que ele fizer algo que você não deseja que ele faça, é outra forma de mostrar a ele que aquele comportamento não é aceitável e que ele não deve repeti-lo. Assim o cão pode aprender fora da ninhada a ter comportamentos corretos e conviver respeitando os outros.
É importante não deixar seu filhotinho preso em um mundinho de flores, claro que antes dos passeios regulares ele precisa tomar todas as vacinas e ter liberação do veterinário, mas é preciso cuidar para que seu filhote não se torne um cão medroso, mostre os barulhos da casa pare ele, brinque bastante, faça com que ele crie confiança em si mesmo.
Meu cão foi separado antes, não foi adestrado e é desobediente, o que fazer?
Como já disse antes, cães que não tiveram a oportunidade de estar com mãe e ninhada até os 2 meses de vida não são um caso perdido. É claro que um cão adulto que não recebeu orientação quando filhote e não aprendeu o básico não pode reproduzir um comportamento que não aprendeu.
Mas isso também não significa que com muita paciência, calma e persistência esse cão não possa se tornar um animal tranquilo e obediente. Mude a rotina e inclua espaço na sua agenda para brincar com seu cão, durante as brincadeiras ensine a ele o que é aceitável e o que não é.
Use o reforço positivo quando ele agir da forma que você deseja e pare a brincadeira e o ignore quando ele fizer o que você não quer, com o tempo e com essas atividades sendo repetidas constantemente, o cão aprende o que é aceitável e o que não é para o seu tutor e o quais as atitudes dele que lhe rendem uma boa recompensa, como um petisco ou um carinho.